Estas são algumas perguntas que os usuários de shapefile se fazem com frequencia:
Por que não podemos armazenar raster em shapefiles?
Por que um shapefile não é só um arquivo mas de 4 a 7 arquivos diferentes?
Embora os famosos shapefiles tenham possibilitado muitas atividades bem-sucedidas ao longo dos anos, eles também apresentam várias limitações que complicam o desenvolvimento de software e reduzem a eficiência. Se você tem usado dados vetoriais e feito análises espaciais, você conhece shapefile e geojson. Estes são dois dos formatos de dados vetoriais mais comumente usados para armazenar dados e realizar qualquer análise espacial. O GeoJSON, em particular, tem sido o formato preferido ao fornecer dados para aplicativos da web. Mas ambos os formatos têm muitas desvantagens quando você deseja dimensionar seu trabalho e criar fluxos de trabalho integrados e automatizados para implantações em larga escala. O formato Geopackage desenvolvido pela OGC oferece uma variedade de recursos a esse respeito. E é por isso que você precisa usar arquivos Geopackage em vez de shapefile ou GeoJSON. Vamos nos aprofundar nos detalhes.

Antes de seguirmos, a OGC significa Open Geospatial Consortium. É uma organização internacional que define e desenvolve e promove padrões para informações geoespaciais. Dentre os formatos desenvolvidos pela OGC estão o WMS, WFS, OWS, KML, WKT e GML
Criar um formato aberto para Informações Geoespacial. Este é a finalidade do Geopackage, um formato OGC que vem se popularizando nos últimos tempos e pretende se tornar padrão aberto de arquivo espacial, função que o Shapefile ainda segue fazendo atualmente, juntamente com o kml/kmz que se popularizou com o Google Earth.
A especificação GeoPackage descreve um conjunto de convenções para armazenamento de dados espaciais dentro de um banco de dados SQLite:
O que pode estar contido em um gpkg?
- Vetores
- Imagens, tiles, arquivos raster em várias escalas
- esquema (campos de tabelas)
- metadados
- extensões
Vantagens do geopackage
- Código aberto, baseado em banco de dados SQLite
- Apenas 1 arquivo !!
- Muito leve, mas altamente compatível entre ambientes (especialmente em dispositivos móveis onde a conectividade e a largura de banda são limitadas)
- Geopackages são geralmente até 1,3x mais leves em tamanho de arquivo em comparação com shapefiles e quase 2x mais leves em relação aos geojsons.
- Uma vez que as camadas vetoriais no geopackage são inerentemente indexadas em rtree (indexação espacial), carregar o arquivo no QGIS ou fazer consultas no banco de dados de arquivos é rápido.
- Não há limite para o tamanho do arquivo e ele pode lidar com um grande número de recursos em um tamanho de arquivo menor.
- Em comparação com os shapefiles, os cabeçalhos das colunas podem ser nomes completos e corretos, fornecendo o contexto correto para os dados em cada coluna.
- Você verá uma execução mais rápida e saídas de algoritmo em geopackages em comparação com shapefiles (você pode tentar isso no QGIS ou ArcGIS).
- Um único arquivo de pacote pode ter múltiplas camadas vetoriais com cada camada tendo um tipo de geometria diferente.
- Você também pode ter tabelas de atributos não espaciais (tabelas avulsas) junto com camadas vetoriais.
- O arquivo pode ser manipulado usando GDAL, QGIS, Arc, Python, R, SQLite e Postgres (com poucas limitações em cada modo)
- Adicionar e carregar o geopackage em um banco de dados Postgres é muito mais rápido em comparação com shapefile ou geojson (que leva uma eternidade com alguns conjuntos de dados maiores), pois já é um formato de banco de dados e indexado espacialmente (em comparação com shapefile ou geojson).
- Como já mencionado, geopacotes também podem conter rasters.
Suporte atual
Como o gpkg é na essência um banco de dados, ele pode ser aberto e editado diretamente, sem necessidade de conversões de dados ou arquivos intermediários.
- O ArcGIS a partir da versão 10.2.2 suporta abertura e edição de geopackage;
- O QGIS 3 suporta gpkg nativamente e os QGIS anteriores suportam via biblioteca GDAL/OGR e também abre e edita geopackages.
- DICA: Para exportar um layer para gpkg no QGIS basta clicar com o direito, Save as… e escolha Geopackage como formato.
- O ArcGIS PRO também já suporta o gpkg.

Mas não existem desvantagens? Claro que existem. Vamos a algumas
- Mais complexo (curva de aprendizado para iniciantes) e menos conhecido
- Símbolos precisam ser redefinidos a cada carregamento.
- Limitações para streaming de grandes arquivos
- Tamanho máximo do arquivo pode ser limitado (pelo dispositivo)
- Campos de texto são limitados a 255 caracteres
- Suporte limitado no ArcGIS e outros sistemas proprietários
Amostra
Baixe a Base Cartográfica de 2021 do IBGE em Formato Geopackage para você testar o formato:
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