Recentemente, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou a Executive Order 14172 (Ordem Executiva americana 14172), que ordena a mudança do nome do Golfo do México para “Golfo da América”.

Como é de se esperar, esta decisão monocrática, apesar de ter alcance somente nos EUA, tem gerado diversos memes, repercussões políticas mas também impactos para os usuários de serviços de mapas digitais como Google Maps, Bing Maps, OpenStreetMap (OSM), Esri Basemaps e outros, já que estes são serviços globais.
Veja como isto está impactando e como cada provedor tem planejado cumprir com esta ordem em nível local e mundial.
Resumo do Impacto nos serviços de mapas
A mudança de nome está sendo implementada de diferentes maneiras pelas empresas de mapas digitais:
- Google Maps: O Google anunciou que irá alterar o nome do Golfo do México para “Golfo da América” em sua plataforma, mas apenas para usuários nos Estados Unidos. Para usuários no México e em outros países como no Brasil, o nome original “Golfo do México” será mantido, com a possibilidade de exibir ambos os nomes lado a lado.
- Apple Maps: Copiou o procedimento adotado pela Google.
- Bing Maps: A Microsoft confirmou que atualizará o Bing Maps para renomear o Golfo do México para o Golfo da América para usuários nos Estados Unidos. Um porta-voz da Microsoft compartilhou o seguinte: “Estamos comprometidos em fornecer aos usuários informações precisas e atualizadas. De acordo com as políticas de produtos estabelecidas, estamos atualizando o Bing Maps para refletir a nomenclatura do Sistema de Informação de Nomes Geográficos nos Estados Unidos, que inclui a mudança do Golfo do México para o Golfo da América nos EUA.” Esta parte foi atualizada para refletir a mudança.
- Baidu Maps: A gigante chinesa que possui o aplicativo de navegação mais usado da China, o Baidu Maps, ainda lista o nome como Golfo do México
- HERE Maps: A gigante europeia que possui o aplicativo de navegação HereWeGo e fornece mapas para diversos aplicativos não mudou o nome e continua listando como Golfo do México
- OpenStreetMap (OSM): Como uma plataforma colaborativa, a OSM depende de seus contribuidores para atualizar os nomes geográficos. A mudança pode levar algum tempo para ser refletida, dependendo da comunidade de editores. A comunidade aberta de contribuidores está com uma longa discussão aberte de como proceder esta mudança. Atualmente browsers em lingua inglesa estão vendo o nome imposto por Trump. (Veja a discussão)
- Esri: A Esri lançou uma nota onde afirma que:
A pedido dos clientes do governo dos EUA e em conformidade com a Ordem Executiva 14172, a Esri lançará um novo conjunto de mapas base estilizada no formato americano para a comunidade GIS. A Esri há muito tempo apoia mudanças de nomes oficiais de fontes como o Sistema de Informação de Nomes Geográficos (GNIS) nos Estados Unidos e reconhece fronteiras e nomes de lugares disputados internacionalmente. Como parte do nosso próximo lançamento dos mapas base vetoriais da Esri em 20 de fevereiro 2025, a Esri atualizará nossa galeria de mapas base dos Estados Unidos para incluir os novos mapas base de estilo americano para mais de 20 estilos de mapas.
Para usuários do ArcGIS Online que estão logados com a configuração de “região” definida como Estados Unidos, ou para usuários anônimos que acessam o ArcGIS Online de dentro dos Estados Unidos, eles verão novas labels para o Monte McKinley, o Golfo da América e tratamentos personalizados para cerca de 20 fronteiras internacionais reconhecidas pelo Departamento de Estado dos EUA. Outros usuários verão o Monte McKinley (Denali), o Golfo do México e um tratamento diferente de fronteiras disputadas.
Mais detalhes serão fornecidos no momento do lançamento sobre como esses novos mapas base vetoriais de estilo americano podem ser acessados e integrados em seus portais online ou corporativos.
Reações e desafios
A decisão de renomear o Golfo do México tem gerado debates sobre identidade nacional e respeito às tradições locais. Muitos americanos se opõem à mudança, enquanto outros veem como uma forma de reafirmar a grandeza americana.
A agência de notícias Associated Press se recusou a mudar o nome do Golfo do México, citando que este nome é usado a mais de 400 anos e Trump não tem qualquer autoridade de renomear áreas não pertencente aos EUA.
No Brasil, a mudança é vista com curiosidade e preocupação, especialmente para aqueles que utilizam serviços de mapas digitais para navegação e pesquisa, e também por aqueles que se opõe aos EUA ditarem como as coisas são vista e interpretadas em outros países.
Conclusão
A Ordem Executiva americana 14172 e a mudança do nome do Golfo do México para “Golfo da América” representam um desafio significativo para empresas de mapas digitais e nós, seus usuários. A adaptação a essa nova realidade geográfica exigirá tempo e esforço, mas também oferece uma oportunidade para refletir sobre as implicações culturais e políticas de tais decisões e evitar conflitos, especialmente em empresas multinacionais em que a visão de um grupo de pessoas diferete dependendo da sua prosicão geográfica.
Leia: Trump’s ‘Gulf of America’ Order Has Mapmakers Completely Lost
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