O Satélite Sentinel-6 Michael Freilich foi lançado neste Sábado (21/11/2020) da Base da Força Aérea de Vandenberg, na Califórnia. O nome Michael Freilich foi dado em homenagem ao antigo chefe da Divisão de Ciências da Terra da NASA, e o satélite vai estudar a subida do nível do mar, assim como o Sentinel-2 estuda a cobertura e mudanças em terra.
“A elevação do nível do mar é uma das consequências mais graves das mudanças climáticas. A taxa de aumento dos oceanos acelerou nos últimos 25 anos, e os cientistas preveem que acelere ainda mais nos próximos anos. Para poder acompanhar de perto o nível do mar, são necessárias observações permanentes sobre os oceanos do mundo” – NASA/ESA
O Sentinel-6 Michael Freilich é é o mais recente em uma série de satélites projetados para monitorar mudanças nos oceanos e visa continuar as medições de alta precisão da altimetria oceânica no período de 2020-2030. Outro satélite idêntico, Sentinel-6B, que deve ser lançada em algum momento em 2025.
Um objetivo secundário do Sentinel-6A Michael Freilich é coletar perfis verticais de temperatura de alta resolução usando o instrumento Global Navigation Satellite System – Radio Occultation Science, a fim de avaliar as mudanças de temperatura na troposfera / estratosfera e apoiar os modelos de Previsão Numérica do Tempo (NWP).
O satélite foi construído pela Airbus Defense and Space em suas instalações de Friedrichshafen na Alemanha. Tem 5,15 metros de comprimento, 2,35 metros de altura e 2,58 metros de largura. O satélite pesa aproximadamente 1.192 kg no momento do lançamento.
A energia elétrica é obtida por meio de dois painéis solares de 17,5 metros quadrados montados no corpo, que cobrem a parte superior e as laterais do satélite como uma tenda (daí sua aparência em forma de casa / tenda). A energia será armazenada dentro de uma bateria de íon-lítio de módulo duplo, que tem uma capacidade total de aproximadamente 200 amp/hora. O sistema elétrico do Sentinel-6A é capaz de fornecer uma média de 1 quilowatt de energia em órbita.
As comunicações entre as estações de satélite e terrestres são realizadas por meio de antenas e transmissores de banda S e X de micro-ondas, que estão localizados no painel a nadir (voltado para a Terra) do satélite.
Também é equipado com uma série de propulsores para propulsão, com o combustível consistindo de monopropelente de hidrazina. Este sistema de propulsão é na verdade duas seções independentes, com quatro propulsores de 8 Newton cada.
Veja abaixo o lançamento:
A SpaceX e o Falcon 9
A SpaceX e o Foguete Falcon 9 vem revolucionando o mercado de lançamentos espaciais nos últimos anos. Esta missão do Sentinel-6 foi a 100ª missão para o veículo de lançamento Falcon 9 da empresa SpaceX de Elon Musk que na semana passada lançou sua primeira missão oficial tripulada (depois da missão demonstrativa de testes em maio de 2020) com 4 astronautas que foi bem sucedida – veja aqui.
Ao contrário da maioria dos foguetes que são sistemas de lançamentos descartáveis, o Falcon 9 é parcialmente reutilizável, com o primeiro estágio sendo capaz de reentrar na atmosfera e pousar verticalmente após se separar do segundo estágio, como aconteceu no caso do lançamento do Sentinal-6 hoje. Este feito foi realizado pela primeira vez no voo 20 em dezembro de 2015. Veja abaixo um destes feitos, um pouso triplo:
O Falcon 9 pode transportar cargas de até 22.800 quilogramas para a órbita terrestre baixa (LEO), 8.300 kg para a órbita de transferência geoestacionária (GTO) no modo descartável, e 5.500 kg para a GTO se o primeiro estágio for recuperado. As cargas mais pesadas para GTO foram o Intelsat 35e com 6.761 kg, e o Telstar 19V com 7.075 kg, embora está ultima tenha sido lançada em uma uma GTO de baixa energia alcançando seu apogeu muito abaixo da altitude geoestacionária.