Guest Post: Análise De Imagens De Satélite De Áreas Crescentes De Extração Ilegal Na Amazônia Brasileira

Guest Post da EOS Data Analytics

A conservação da floresta tropical é crucial para o meio ambiente e para o futuro de nosso clima. As florestas tropicais ao redor do mundo, incluindo a Amazônia brasileira, são vitais para a sustentabilidade ambiental e o futuro da vida na Terra. Ao combinar biodiversidade alta com sua ação como reservatório de carbono, a floresta amazônica brasileira oferece ao mundo um ambiente saudável e limpo, assim como ar fresco. Os serviços ambientais excepcionais das florestas mitigam a mudança climática, regulam o ciclo da água e ajudam a conservar a biodiversidade. Entretanto, as florestas tropicais em todo o mundo estão passando por mudanças e distúrbios significativos. Esta situação ocorre devido à exploração intensiva de madeira, desmatamento, incêndios florestais e mineração ilegal.

O país ocupa a décima quarta posição na produção de ouro, mas a produção aumentou nos últimos anos devido ao aumento dos preços durante a pandemia. Se um país produziu mais de cem toneladas de ouro por ano, mais de 30% é considerado extraído ilegalmente. De janeiro a junho de 2022, esta tendência se mantém praticamente inalterada. Os lucros monetários estão causando um nível cada vez maior de mineração de ouro na região. De acordo com uma análise de imagens de satélite, o desmatamento para mineração atingiu níveis recordes no país. Pelo menos 23% do desmatamento ocorreu em reservas indígenas, áreas de conservação e outras terras oficialmente protegidas.

Análise Geoespacial Das Áreas De Mineração

A maior parte do desmatamento está relacionada com atividades agrícolas, mineração de ouro, pastoreio, ou seja, o plantio de pastagens. Com o  índice de vegetação aplicado na agricultura, a EOS DATA Analytics analisa várias imagens de satélite mostrando o desequilíbrio da vegetação em áreas não perturbadas e em áreas com cortes registrados. Embora menos floresta seja desmatada na mineração de ouro, os efeitos do desmatamento penetram profundamente no solo. E não apenas no solo, mas também amplamente disseminado em corpos de água, rios e riachos. A escavação de ouro vira o solo e as camadas do subsolo de cabeça para baixo, e o mercúrio utilizado no processo de extração do ouro contamina o local da mina. O solo contaminado com mercúrio drena para riachos pequenos e depois entra em rios grandes. Esta água contaminada entra em criaturas do mar, peixes, tartarugas e minhocas. Mais abaixo na cadeia, o peixe contaminado entra no corpo humano que o come. Especialmente para os povos indígenas da região, este é um enorme problema. São suas vidas que dependem muito de comer peixe dos corpos de água locais.

Caso 1

Se compararmos as imagens de 2017 e 2022 com ajuda dos índices de vegetação sensoriamento remoto, podemos ver que no ano  2022 uma das minas está sendo explorada e as florestas estão sendo desmatadas próximo a ela. Podemos ver estradas novas e abertas sendo utilizadas para a mineração ilegal. A mineração usa água que depois se infiltra no solo, contamina-o e os resíduos acabam no rio Tapajos e, portanto, nos corpos dos habitantes locais do rio, e mais adiante nos corpos dos povos indígenas da região.

Usando o NDVI (Índice de Vegetação com Diferença Normalizada) na plataforma EOSDA Crop Monitoring, pode-se notar que temos mais 66 hectares de terra aberta devido ao desmatamento.

ANTES (à esquerda da imagem). Data da imagem de satélite: 9 de junho do ano 2017. DEPOIS (à direita da imagem). Data da imagem do satélite: 22 de agosto do ano 2022

Caso 2

Há muita poluição no rio Tapajos como resultado de descargas de águas residuais após a mineração. Partes do rio têm uma cor diferente. Com ajuda dos diferentes tipos de índices de vegetação, por exemplo NDCI (Índice de Clorofila de Diferença Normalizada) na plataforma EOSDA Crop Monitoring podemos identificar a formação de algas, que é prejudicial para os habitantes e ecossistemas do rio.

ANTES (à esquerda da imagem). Data da imagem de satélite: 3 de agosto de 2017. DEPOIS (à direita da imagem). Data da imagem do satélite: 17 de agosto de 2022

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